quinta-feira, 30 de setembro de 2010

E lembraram-se de suas palavras

E lembraram-se de suas palavras
Lucas 24:1-12

"Porque buscais entre os mortos aquele que vive?" (v 5).


Na madrugada de domingo, algumas mulheres foram ao túmulo de Jesus para prestar-lhe as últimas homenagens: envolver seu corpo com ungüentos e especiarias. Viram a pedra removida e não encontraram o corpo do Senhor. Ficaram perplexas! Foram confrontadas por dois seres luminosos que disseram as palavras do Senhor antes da crucificação: "Importa que o Filho do homem ... seja crucificado e ao terceiro dia ressurja" (v 7), e somente então lembraram-se de já terem-nas ouvido (v 8).

Essas pessoas caminharam com Jesus, comeram com ele, partilharam do mesmo pão e beberam do mesmo vinho, viram os milagres, ouviram as pregações, praticaram as doutrinas, sofreram a influência direta do Senhor, mas não puderam acreditar que ele era superior à morte! Em outras palavras, não criam que Jesus fosse Senhor do impossível; ou seja, que venceria seu maior oponente, a morte! Viram o Senhor apenas como um poderoso e virtuoso homem, mas não o próprio Deus! Daí aquelas mulheres terem esquecido as trágicas e ao mesmo tempo esperançosas palavras de Jesus, e se preparado apenas para enterrar com dignidade seu mestre. Mas 'ficaram perplexas, sem saber o que fazer'! E sempre será assim na relação de Jesus com seu povo: ele sempre nos deixa perplexos!

Temos aqui mais um ensinamento sobre a doutrina da soberania de Deus. O texto confirma o anterior dizer de Jesus: "Se vocês não crerem que Eu Sou, de fato morrerão em seus pecados" (João 8:24). A libertação da 'morte em pecados' se relaciona diretamente à fé em Jesus como o Eu Sou ou Jeová! Sem essa fé, o homem continuará morto em seus delitos e pecados. Mas essa fé não pode ser obtida naturalmente, e isso ficou perfeitamente demonstrado por aqueles discípulos, que, mais que ninguém, gozaram da presença física do Senhor, e apesar disso não puderam crer por si mesmos em sua divindade! Concluímos que nem mesmo a comunhão íntima com Jesus pode fazer o homem crer que ele é Jeová, Soberano e Imortal!

Para não deixar nenhuma dúvida, a Palavra informa que as mulheres procuraram os Onze, que também 'não acreditaram' (v 11), e mesmo Pedro, após ver o sepulcro vazio, só pôde se admirar! ( v 12). No caminho de Emaús, outros dois deles falavam sobre os acontecimentos, e apesar de Jesus caminhar junto e conversar com eles 'os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo' (v 16). E isso tudo por que? "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9).

Isso significa a soberania da Graça! Ninguém, ninguém mesmo, pode dizer que Jesus é o Senhor (ou Jeová), senão pelo Espírito Santo (1 Coríntios 12:3); logo, ninguém, mas ninguém mesmo, pode dizer que um dia optou por seguir a Jesus, Deus e Homem, por si mesmo, sem a prévia operação regeneradora do Espírito Santo! E isso trata a soberba humana, muitas vezes envolta em humanismo, sempre vazio e desqualificado para as coisas do céu. E só quando isso é aprendido que começamos a cumprir com nossa missão, de sermos "Para o louvor da glória da sua graça" (Efésios 1:6). Amém.

Senhor. O seu Espírito nos ensina que sem ele não podemos vê-lo na sua glória divina e sermos salvos da morte em pecado; mas por sermos eleitos, ele foi enviado para realizar essa obra, baseado em seus méritos; isso nos faz entrar em sua presença e partilhar da sua mesa, comendo do seu pão e bebendo do seu vinho. Eu me alegro no Senhor. Em nome de Jesus. Amém.



PASC

A Ira de Deus

A Ira de Deus
Romanos 1:18-32


"Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça" (v 18).

O dicionário define ira como cólera, raiva, desejo de vingança; porém, biblicamente, 'ira de Deus' tem um sentido diferente: a entrega do homem a si mesmo, à sua própria vontade, às suas próprias concupiscências (vv 26 a 32). Quanto mais o homem está entregue a si mesmo mais expressa a ira de Deus!

Paulo faz uma breve síntese do que acontece quando somos entregues às nossas próprias concupiscências, ou quando Deus retém sua graça misericordiosa: idolatria, injustiça, homossexualismo, malícia, cobiça, maldade, inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade, murmuração, detratação, injúria, soberba, presunção, desobediência, estupidez, etc (vv 26 a 29). A lista é longa e podemos vê-la no nosso cotidiano.

'Ira de Deus', portanto, não é um sentimentalismo violento, mesquinho ou injusto, mas o estado daquele que tem a maior liberdade para agir segundo sua própria natureza, gerando caminhos que irão enredá-lo, pelos quais será sempre responsável. Assim, podemos ver as prisões lotadas por pessoas que em prol dos seus interesses e emoções provocaram crimes horrendos, trazendo dores e fortes emoções a outros; famílias destruídas pela separação dos pais envolvidos em práticas concupiscentes, como o adultério por exemplo, privando os filhos da harmonia conjugal, o que sem dúvida irá afetá-los nas suas futuras relações matrimoniais. E assim por diante.

Somente Cristo pode romper essas correntes amaldiçoadas das concupiscências, que se arrastam por sobre as várias gerações, e colocar o homem em harmonia com o Pai. E isso o faz, livrando-o de si mesmo!

Senhor. É um enorme perigo estarmos entregues a nós mesmos, pois a natureza humana é injusta e concupiscente. Livre-nos sempre de nós mesmos e faça-nos cumpridores da sua vontade, justa e perfeita. Em nome de Jesus. Amém.



PASC

Minhas testemunhas!

Minhas testemunhas!

Lucas 24:36-49

"Vós sois testemunhas destas coisas" (v 48).

Para cumprir as Escrituras, expressando-se como Senhor também da morte, Jesus ressuscitou dos mortos e apresentou-se aos seus discípulos. Esses, sem compreenderem as Escrituras e ainda incrédulos quanto a divindade de Jesus, não podiam crer na ressurreição, e quando Jesus se apresentou corporalmente, ficaram perplexos, não sabendo o que fazer. Jesus tratou com eles: mostrou-se em carne e osso e até expôs suas cicatrizes; mas mesmo assim não puderam crer!

A incredulidade dos discípulos provou mais uma vez que a "Carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus" (1 Coríntios 15:50), pois mesmo tendo visto Jesus ressurreto não puderam acreditar, e sem a fé na sua divindade não estariam salvos; Jesus, então, os levou às Escrituras e pregou-lhes sobre o sofrimento do Messias. E o milagre se fez: passaram a entender a Bíblia, o primeiro vagido do homem espiritual! Jesus os fizera nascer do Espírito!

Ainda sob o impacto desse nascimento, Jesus os comissionou a serem suas testemunhas no mundo. Deveriam falar dos acontecimentos que presenciaram envolvendo sua pessoa, tanto do seu ministério e morte como da sua ressurreição. Porém, antes de iniciar a tarefa, deveriam permanecer quietos, em Jerusalém, até serem revestido do 'poder do alto'!

Temos aqui outra poderosa lição sobre a soberania de Deus. Não nos é difícil imaginar a alegria, a efusividade, o dinamismo dos discípulos ao nascerem do Espírito naquela situação tão especial, única na Igreja! Podemos entender que estariam dispostos a agir imediatamente para Jesus, mas, ao invés do 'podem ir', ouviram o "Até serem revestidos do poder do alto" (v 49)! Sabemos que a negativa não agrada ao homem, mesmo o espiritual, principalmente quando quer agir para Deus. Mas os discípulos haveriam de aprender que não seriam meros narradores de fatos miraculosos, mas 'testemunhas de Jesus sob o poder do alto'. Era necessário que soubessem que, apesar de honrados com a missão, eram incapazes de executá-la por si mesmos, e precisavam da verdadeira força, a que move todo evangelismo autêntico, o que é produtivo e traz vidas ao Senhor: o Espírito Santo! E isso é uma grande lição para nossos dias.

Freqüentemente ouvimos dos santos púlpitos sermões grandiloquentes, exortando os crentes a saírem desabaladamente para o evangelismo, mas quase nunca ouvimos o 'aguardar o poder do alto'! Parece-me que esse poder não é necessário para a Igreja; que pode ser dispensado, pois não faz falta; que o importante é a vontade do homem em operar para Cristo! Não se ouve exortações sobre a insignificância do crente, sobre sua fraqueza em toda e qualquer área da vida espiritual e da necessidade, em tudo, da graça de Deus! Não se fala que o tal poder não decorre de cultura, finanças ou tecnologia, não podendo ser adquirido nem mesmo pela boa vontade ou ousadia do salvo, mas que requer a pessoa e a unção do próprio Deus!

Podemos com absoluta certeza afirmar que a nossa dependência de Deus é maior que o nosso operar para Deus, e que as qualidades pessoais no evangelismo são nada, e só o Espírito Santo conta! Em Pentecoste o evangelismo produtivo do Espírito Santo através dos discípulos aconteceu, conforme profetizado, e Pedro testemunhou de Jesus sob o poder do alto, e milagres aconteceram! E esta continua sendo a mensagem de Deus até nossos dias: testemunhar de Jesus sob o poder do Espírito Santo! E o que isso verdadeiramente significa, só a graça de Deus nos pode revelar.

Senhor. Faça-nos sempre ter consciência de nossa insignificância nas coisas que envolvem seu reino. Em nome de Jesus. Amém.

PASC

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O milagre de Deus

O milagre de Deus
Êxodo 3:7-15

"E disse Deus a Moisés: Eu sou o que sou" (v 14).

Moisés era gago e velho quando Deus o comissionou a falar em favor dos cativos israelitas, junto a Faraó. Faraó era tido por deus, e Moisés deveria se apresentar a ele em nome do Deus 'Eu sou o que sou' ou Jeová e pedir-lhe a libertação de Israel. O 'Deus vivo' de Israel mediria forças com o 'deus vivo' do Nilo, e o prêmio seria a nação escrava, que um dia fora recebida ali como amiga e aliada.

Todos sabemos o quanto essa missão foi difícil para Moisés! Ele de início não a quis, levantou vários argumentos para negá-la, mas foi tudo em vão. Deus se propusera libertar Israel através de Moisés e nada o faria mudar de idéia.

Para esse confronto, Jeová delegou a Moisés vários poderes, como ousadia, destemor, liderança, sabedoria, determinação, realização de milagres, e sobretudo, teve comunhão noite e dia com seu servo. Essa foi a maior de todas as bênçãos de Moisés, gozar da companhia de Jeová!

Nossa reflexão é na maneira criativa e inesperada de Deus para realizar suas grandes obras no mundo. Dentre todas as pessoas à disposição de Deus, ele escolheu a mais frágil e a menos capaz; e isso foi inesperado! Como um homem com grandes dificuldades de comunicação, que por anos a fio estivera na solidão dos desertos pastoreando ovelhas, ouvindo o silêncio das noites e admirando as estrelas no céu, marcado por confusos sentimentos mal resolvidos, abandonado tanto por seu povo nativo como adotivo, jurado de morte e exilado, fragilizado pela velhice longa e decrépita, querendo quando muito o repouso dos ossos junto aos abençoados patriarcas, poderia ser o escolhido de Deus? Mas foi exatamente esse, entre todos os habitantes do mundo, o escolhido de Jeová para a dura empreitada de libertação da nação amada!

Deus faz milagres nos homens e apesar dos homens! E nós, povo de Deus, jamais devemos nos esquecer disso!

Senhor. Sou testemunha do mais extraordinário de todos os milagres: minha conversão! Para expressar sua graça a mim, aos meus e ao mundo, o Senhor não levou em conta minha obstinação em negá-lo na sua divindade, santidade e ministério de salvação. Por ter me amado primeiro lá na sua eternidade, bem antes da fundação do mundo, o Senhor me levou à cruz, purificou-me no sangue de seu Filho querido, deu-me a vida eterna, honrou-me com a filiação divina e com a sua amizade. Senhor, colhe essas lágrimas de gratidão, como fruto de sacrifício de louvor. Em nome de Jesus. Amém.

PASC

A Pedra Angular

A Pedra Angular
1 Pedro 2:4-10

"Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida e preciosa, e aquele que nela confia jamais será envergonhado" (v 6).

Aqueles eram tempos difíceis, sobretudo à Igreja recém-nascida; não bastasse o domínio cruel de Roma, nossos irmãos sofriam ainda duras perseguições dos seus conterrâneos judeus comandados pelo Sinédrio, que procuravam impedi-los de divulgarem as 'boas novas' de Cristo. Essas duras perseguições provocaram a dispersão do povo evangélico às regiões circunvizinhas da Ásia Menor e contribuíram, e muito, para a divulgação da salvação por Jesus Cristo.

Aparentemente as ovelhas estavam dispersas, mas o Bom Pastor as pastoreava a todas, e o fazia usando a colaboração de seus apóstolos. Assim Pedro, um simplório, rude e amedrontado pescador, tornara-se nas mãos do Senhor um dos gigantes da fé, enviando aos dispersos essas palavras de coragem, consolação e esperança, que até hoje são repetidas pela Igreja atribulada.

Pedro ensinou aos exilados que a fé pela qual sofriam era divina (geração eleita), por isso suficiente para protegê-los eternamente. Para comprovar seu raciocínio espiritual, usou o extraordinário texto profetizado por Isaías (28:16) e também descrito no Livro de Salmos (118:22); ainda explicou que tanto a aceitação como a rejeição da pedra angular estabelecida por Deus sempre estiveram na esfera da soberania de Deus: uns foram estabelecidos para aceitarem e outros para rejeitarem a pedra, símbolo do Cristo (vv 8b e 9a)! Dessa forma, eles que a aceitaram e agora estavam sofrendo por isso, precisavam saber do profundo envolvimento do Senhor com esses sofrimentos! E isso não só os consolaram como lhes trouxeram renovadas esperanças.

Em Jesus, esclareceu Pedro, revelou-se o mistério da 'pedra angular' velho-testamentária, sobre a qual o edifício da fé ou Igreja seria erguido, fundamento esse sem mentiras ou enganos, que jamais envergonharia os seus. Por ser Jesus a Rocha, a Pedra Angular, o Firme Fundamento, o Edificador e Preservador de Sua Igreja (Mateus 18:18), todos os perseguidos estariam absolutamente seguros nele, apesar das 'momentâneas tribulações'. Somente tais verdades poderiam, como podem, manter vivas a fé e a esperança quando sob terríveis perseguições.

Senhor. Saber que somos teu povo, regenerados e preservados por ti, é fonte de consolação e esperança nas nossas tribulações cotidianas. Em nome de Jesus. Amém.

PASC